sábado, 26 de novembro de 2011

Cultura Brasileira: A Cultura Caipira

A cultura caipira 

Assim, bastante isolados, geraram uma cultura bem peculiar e localizada, e, por outro lado, preservaram muito da cultura paulista da época em que o Brasil era uma colônia de Portugal, mas, hoje em dia,em Minas Gerais, o frango caipira é um dos acepipes mais desejados. A chamada "cultura caipira" é fortemente caracterizada pela intensa religiosidade católica tradicional, por superstições e pelo folclore rico e variado. 

Sua música é chamada de música caipira ou música de raiz e se caracteriza por sua temática rural, por suas letras romântica e ingênuas e por um canto triste que comove que lembra a senzala e a tapera, mas sua dança é alegre. 

Também é típico do caipira os "causos", (historietas contadas através de pai para filho durante séculos), que o caipira gosta de contar. 

O caipira usa um falar ou dialeto caipira que, muitas vezes, preserva o falar do português arcaico. 

Tem, o caipira, um jeito desconfiado quando está com gente da cidade, mas que se torna expansivo e franco quando está a sós com outros caipiras. É adepto do mutirão e da meação na agricultura. 

A cultura caipira se expandiu para outras regiões de São Paulo, sofrendo muito a influência da imigração italiana para o interior de São Paulo, no final do século XIX e começos do século XX. 

Apesar de ter sido mais vívida no passado, a cultura caipira está, até hoje, preservada, em muito da sua essência original, no interior paulista. 

Os três tipos de caipira 
O tipo humano do caipira e sua cultura tiveram sua origem no contato dos colonizadores brancos bandeirantes com os nativos ameríndios (ou gentios da terra, ou bugres) e com os negros africanos escravizados. 

Assim, o caipira, se dividia em três categorias, segundo sua etnia, cada uma delas com suas peculariedades: 

1- o caipira caboclo: - descendente de índios catequizados pelos jesuítas. Nele é que surgiu a inspiração para o personagem Jeca Tatu de Monteiro Lobato e para a criação do Dia do Caboclo, comemorado em 24 de junho, São João Evangelista. 

2- o caipira negro ; - descendente de escravos. Foi imortalizado pelas figuras folclóricas da mãe-preta e do preto-velho. É, em geral, pobre. Sofre, até hoje, as conseqüências da escravidão. 

3- o caipira branco ; - descendente dos bandeirantes, uma nobreza decaída, mas é, ainda, proprietário de pequenos lotes de terras rurais: os chamados sítios. 

O tipo humano do caipira praticamente se tornou o arquétipo do paulista do interior. 

O caipira na cultura brasileira 
O caipira foi estigmatizado por Monteiro Lobato que conheceu apenas o caipira caboclo, tomando-o como paradigma e protótipo de todos os caipiras. 

O cineasta Amácio Mazzaropi criou uma personagem, nos anos de 1950, que fez muito sucesso no cinema brasileiro: O Jeca, inspirado no caipira branco. 

O cartunista Maurício de Sousa também tem um personagem caipira nas histórias da Turma da Mônica que é o Chico Bento: um menino caipira que representa o confronto da cultura caipira com a urbanização do Brasil. Notável é o fato de as falas nas historietas em quadrinhos do Chico Bento serem escritas no dialeto caipira, em vez do português culto, contudo as falas se tornam justificáveis por serem utilizadas em negrito, tecnicamente o erro ficaria subentendido. 

O caipira foi retratado com precisão e maestria pelo pintor José Ferraz de Almeida Júnior nas suas obras-prima "caipira picando fumo" e "violeiro". 

O maior estudioso do caipira foi Cornélio Pires que compreendeu, valorizou e divulgou a cultura caipira nos centros urbanos do Brasil. 

Cornélio Pires foi o primeiro que lançou, em discos de 78 Rpm, a música caipira, hoje chamada de "música de raiz", em oposição à música sertaneja. 

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